“Quanto mais a alma confiar,
tanto mais receberá”
(Diário de Santa Faustina,
número 1578).
A Igreja
Católica celebra, no segundo domingo da Páscoa, a Festa da Divina Misericórdia,
instituída pelo Papa Beato João Paulo II. Esta festa teve origem na Polônia, em
Cracóvia, através das experiências místicas de Santa Irmã Faustina Kowalska, e
é hoje celebrada no mundo inteiro.
Santa Ir.
Faustina Kowalska, conhecida hoje como Santa Faustina, nasceu em Głogowiec,
perto de Łódź (Polônia), aos 25 de agosto de 1905, vindo a falecer ainda jovem,
em Cracóvia (Kraków), aos 05 de outubro de 1938. Pertencia à congregação das
“Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia.” Ela entrou na congregação em 1924 e
ficou apenas 14 anos, até o momento de sua morte. É reconhecida como a
“apóstola da Divina Misericórdia”.
O padre Michal Supocko, que era
seu confessor, pediu que ela escrevesse os seus diálogos espirituais. Isso
resultou em centenas de páginas, que estão traduzidas em muitos idiomas: “o
Diário de Santa Faustina”. Encontramos este livro em quase todos as línguas,
desde os idiomas indígenas até as línguas dos desertos da África.
Qual seria a imagem da Divina
Misericórdia? As freiras da congregação responsáveis pelo Santuário da Divina
Misericórdia, em Cracóvia, contam como Santa Faustina orientou a pintura do
quadro que representava Jesus misericordioso. Um pintor renomado foi convidado
para pintar o quadro: Eugeniusz Kazimirowski, em 1934. Tudo dependeu das
informações dela. Depois do quadro pintado, ela disse que por mais linda que
fosse a arte, a pintura ainda não representava a beleza que ela tinha intuído e
vivido. Abaixo do quadro, veio a grande expressão, verdadeira manifestação de
fé: “Jesus, eu confio em vós!” (Jezu,
ufam Tobie!) Hoje, essa pintura se encontra espalhada em inúmeras
paróquias e residências em todo o Brasil e no mundo.
A celebração da Divina
Misericórdia levou muito tempo até entrar na liturgia. Hoje, com a aprovação do
Papa João Paulo II, está presente em todos os continentes. Foi o Pe. Michal
Supocko que desde 1937, tendo acompanhado Santa Faustina, trabalhou para que fosse
introduzido na liturgia o Domingo da Divina Misericórdia (“Eu desejo que o primeiro domingo
depois da Páscoa seja a Festa da Misericórdia” (Diário 299). Em 1946, o então cardeal
August Hlond, primaz da Polônia, enviou um ofício à Santa Sé pedindo a inserção
dessa festa. Em 1957, novamente o tema foi retomado. E em nome do cardeal
Stefan Wyszynski, 17 dioceses foram entrevistadas. No dia 19 de novembro de
1958, o Santo Ofício emitiu um decreto confirmando a celebração da Divina
Misericórdia. Este decreto foi tornado público alguns meses depois, entrando
oficialmente no calendário litúrgico no dia 06 de março de 1959. Mas até ali
ainda não havia sido definida uma data oficial para o culto. A irmã Faustina
foi beatificada em 18 de abril de 1993, quando a Conferência Episcopal da
Polônia retomou o tema, enviando ao Papa um novo pedido para tornar pública
esta festa da Divina Misericórdia. Quem oficializou a data foi o Papa Beato
João Paulo II no dia 17 de agosto de 2002, na Basílica da Divina Misericórdia, em
Cracóvia, declarando o segundo domingo da Páscoa como sendo o dia do culto à
Divina Misericórdia. Inclusive, o Papa recomendou que neste culto se fizesse
uma novena que deve ser iniciada sempre na Sexta-Feira Santa. Podemos encontrar
maior reflexão sobre o tema estudando a encíclica do Papa JPII “Dives
in Misericordia”.
Hoje, vemos em inúmeras
paróquias de todo o Brasil e no mundo, e até em ambientes familiares, a prática
desta devoção em louvor à Divina Misericórdia. Lembremo-nos de que não é apenas
nesse domingo, mas a Misericórdia com os irmãos deve ser praticada a cada
instante de nossas vidas.
Jesus Cristo é a
primeira fonte da Misericórdia. Assim como seus discípulos, devemos ser os
continuadores do amor e do perdão a todos. O Ano da Fé nos convida a acolher as
palavras de Jesus, pois são o anúncio da verdadeira paz do coração e da
esperança que está enraizada no mistério da cruz na sua paixão e morte e, acima
de tudo, na sua gloriosa ressurreição. O Misericordioso Senhor nos deu a
participação na sua vitória sobre o pecado e a morte.
Cristo ressuscitado nos ensina
a necessidade da misericórdia e nos pede para praticar a caridade. Viver a fé
nos impulsiona a levar a sério as palavras de nosso Mestre: Bem-aventurados os
misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia (Mt 5,7). A expressão de
fé madura está nos atos concretos de caridade. Que a celebração deste domingo
fortaleça os nossos corações pela graça de Deus! A misericórdia de Deus está
chegando ao nosso irmão por meio de ações concretas, palavras de esperança e
constante oração para que desça a misericórdia sobre nós e sobre o mundo
inteiro!
"Ajuda-me, Senhor, que
minhas mãos possam ser misericordiosas e cheias de boas ações. Eu só sei fazer
o bem ao próximo, tomar sobre mim o trabalho mais pesado. Ajuda-me, que o meu
pé possa ser misericordioso, para que eu possa correr para ajudar o meu
próximo, vencendo a própria fadiga e cansaço. Meu verdadeiro descanso está a
serviço dos outros. Ajuda-me, Senhor, que meu coração seja misericordioso, para
que eu possa sentir em mim todos os sofrimentos dos outros..." (Santa Faustina, Diário, 163).
Que neste segundo Domingo da
Páscoa, o da Misericórdia, Deus abençoe a todos!
Aprenda a rezar o
terço da misericórdia:
Pai-Nosso… Ave-Maria… Creio…
Nas contas do
Pai-Nosso, reza-se:
Eterno Pai, eu Vos
ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso
Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro.
Nas contas das
Ave-Marias, reza-se:
Pela Sua dolorosa
Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro. (10 vezes)
Ao final do terço,
reza-se:
Deus Santo, Deus
Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.
Este terço foi ensinado durante uma
visão que Irmã Faustina teve em 13 de setembro de 1935: “Eu vi um anjo, o executor da cólera de Deus… a ponto de atingir a
terra … Eu comecei a implorar intensamente a Deus pelo mundo, com palavras que
ouvia interiormente. À medida em que assim rezava, vi que o anjo ficava
desamparado, e não mais podia executar a justa punição…”
No dia seguinte, uma voz interior lhe
ensinou essa oração nas contas do rosário.
Mais tarde, Jesus disse a Irmã
Faustina: “Pela recitação desse Terço
agrada-me dar tudo que Me pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos,
encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles será feliz. Escreve isto
para as almas atribuladas: Quando a alma vê e reconhece a gravidade dos seus
pecados, quando se desvenda diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em
que mergulhou, que não desespere, mas se lance com confiança nos braços da
minha Misericórdia, como uma criança nos braços da mãe querida. Estas almas têm
sobre meu Coração misericordioso um direito de precedência. Dize que nenhuma
alma que tenha recorrido a minha Misericórdia se decepcionou nem experimentou
vexame…”
“...Quando rezarem este Terço junto
aos agonizantes, Eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como
justo Juiz, mas como Salvador misericordioso”.
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